quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Dear John ..

Não soa tão irreal, certo? Quando duas pessoas se amam? Isso era o que eu pensava também. E enquanto uma parte de mim ainda quer acreditar que é possível, eu sei que não vai acontecer. Quando eu for embora de novo, eu nunca vou voltar. Por enquanto, no entanto, sentarei na encosta da colina espiando a fazenda dela e esperarei ela aparecer. Ela não poderá me ver, é claro. No exército, você aprende a se camuflar nos seus arredores, e eu aprendi bem, porque eu não tinha nenhum desejo de morrer em algum depósito de lixo estrangeiro no meio do deserto do Iraque. Mas eu tinha que voltar para essa pequena cidade montanhosa da Carolina do Norte para descobrir o que aconteceu. Quando uma pessoa coloca alguma coisa em movimento, há um sentimento de mal-estar, quase arrependimento, até você descobrir a verdade. Mas disso eu estou certo: Savannah nunca saberá que eu estou aqui hoje. Uma parte de mim dói só com o pensamento de ela estar tão perto e ainda assim tão intocável, mas a história dela e a minha são diferentes agora. Não foi fácil pra mim aceitar essa simples verdade, porque houve um tempo em que nossas histórias eram as mesmas, mas isso foi há seis anos e duas vidas atrás. Há lembranças para nós dois, é claro, mas eu aprendi que as memórias podem ter uma presença física, quase viva, e nisso, Savannah e eu somos diferentes também. Se as dela são as estrelas no céu da noite, as minhas são os espaços vazios entre elas. E diferente dela, eu tenho sido sobrecarregado com perguntas que eu tenho feito a mim mesmo mil vezes desde a última vez que nós estivemos juntos. Por que eu fiz o que fiz? E eu faria de novo? Fui eu, você sabe, quem acabou tudo. [...]


Querido John, 
Nicholas Sparks.

Nenhum comentário:

Postar um comentário